terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Mulher espera há 2 anos para enterrar restos mortais do tio no interior da BA


A dona de casa Neusa Furtado, da cidade de Alagoinhas, a cerca de 122 km de Salvador, conta que há dois anos espera para enterrar os restos mortais do tio que está no Instituto Médico Legal (IML) da capital baiana. A demora no enterro ocorre porque é preciso que a Justiça autorize a realização de exames de DNA.

Conforme Neusa, o tio dela, José Paulo Furtado tinha 79 anos de idade e sofria de mal de alzheimer quando saiu de casa, no dia 22 de setembro de 2014, e foi encontrado morto 40 dias depois. Como o corpo já estava em processo de decomposição, ele ficou um mês no DPT de Alagoinhas e depois foi levado para o IML de Salvador. Mesmo a família dizendo que o corpo é do idoso, é preciso fazer o exame de DNA "É muito sofrimento. Eu preciso enterrar meu tio", disse Neusa.

Um dos irmãos de João Paulo está enterrado em
Alagoinhas (Foto: Imagem/TV Subaé)
O exame de DNA só pode ser feito com irmãos ou pais de José Paulo, mas todos já morreram. O único familiar próximo que está enterrado em Alagoinhas é um dos irmãos, Sebastião Bispo Furtado, pai de Neusa. O Ministério Público atendeu à solicitação de Neusa e pediu a retirada dos restos mortais de Sebastião para a realização do exame de DNA. O pedido do promotor foi feito em abril do ano passado mas o problema ainda não foi resolvido.

"A gente acompanha. Dona Neusa já esteve presente algumas vezes aqui. A gente acompanha a luta dela e a tristeza em não ter essa situação solucionada", explicou o promotor Pedro Safira.

O juiz criminal Fábio Falcão Santos para quem foi enviada a solicitação para que autorizasse a exumação do corpo do pai de Neuza, declarou-se incompetente para tratar do caso, por não ter havido crime na morte de José Paulo. Ele encaminhou o caso, no dia 9 de outubro, para o cartório de distribuição de Alagoinhas, para que fosse entregue a um juiz de família, mas no fórum de Alagoinhas não souberam informar o andamento deste processo.

A preocupação da família de Neusa é que o tio seja enterrado como indigente. "Ele tem família. Não tem filhos, mas tem sobrinhos, mulher. Precisamos de ajuda para ver se ele consegue ser enterrado dignamente", contou Neusa.
Fonte: G1 Bahia

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